Convite foi feito pelo deputado Carlão
Pignatari, que reuniu lideranças na ACV
Em palestra na Associação Comercial de Votuporanga
(ACV), o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB) traçou um panorama sobre a
situação política e econômica que o Brasil atravessa, pontuando as crises e o remédio
aplicado pelo presidente em exercício Michel Temer para tirar o País do caos.
O senador foi convidado para vir a Votuporanga pelo
deputado estadual Carlão Pignatari, líder da Bancada do PSDB na Assembleia
Legislativa, e foi recepcionado também pelo prefeito Junior Marão, prefeitos da
região, vereadores, pré-candidatos a prefeito, empresários industriais e
comerciantes e representantes de clubes de serviço. Também marcou presença o
secretário estadual de Desenvolvimento Social, Floriano Pesaro.
Aloysio iniciou sua exposição, comentando sobre a
possibilidade do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff se
concretizar. Para ele, trata-se de um processo irreversível, já que nenhum
senador vai querer ser o vilão da volta de Dilma ao comando do País.
O senador comentou a situação se tornou insustentável
porque para se reeleger, ela e sua equipe pregaram muitas mentiras, provocando
um caos na economia, o que culminou com a perda drástica da credibilidade e da
governabilidade.
Para Aloysio, o governo petista mostou um esquema
industrial de corrupção, solapando a Petrobras, a Eletrobras, os fundos de
pensão e, mais recentemente, o caso de desvio de recursos dos empréstimos
consignados a aposentados.
Discorreu que ao longo de 2015, Dilma foi perdendo
apoio de forma avassaladora, principalmente porque não conseguiu cumprir o que
prometera em campanha. “Ficou sem sustentabilidade política para governar. E de
uma coisa tenho certeza: não vai voltar. No Senado, temos votos suficientes
para cassá-la”, sustenta.
Quanto a Temer, Aloysio disse que ele tem a legitimidade
constitucional para ocupar o cargo, porém precisa conquistar a legitimidade do
mandato. “Enquanto ele não for efetivado, não pode implementar soluções
definitivas e isto leva incertezas a investidores”, ressaltou.
Falou ainda sobre a meta fiscal de 4,5% e do déficit
público em torno de R$ 165 bilhões. “Tem que ter realismo, mostrar para o país
onde estamos para alcançarmos o equilíbrio fiscal”. Para Aloysio, a despesa
pública tem um aumento médio de 6% acima da inflação todo ano.
O senador comentou que um dos maiores problemas e
que fizeram com que o País chegasse ao fundo do poço foram as desonerações
tributárias sem acompanhamento. A renúncia fiscal, de acordo com ele, provocou
um rombo nos cofres públicos. Além disso, acrescentou, os Estados estão aí, de
chapéu na mão, pedindo prazos para pagar suas dívidas com o Governo Federal.
Analisou que, para que se chegue ao equilíbrio
desejável, o governo precisa aplicar medidas de microeconomia, como o combate à
guerra fiscal; elaboração de um projeto bem estruturado para reformar a
Previdência Social, porque, como está, não haverá condições de suportar, já que
o dinheiro que se arrecada com os trabalhadores da ativa não é suficiente para
pagar as despesas com os inativos.
“Precisamos, também, fazer uma reforma política
ampla, após o impeachment, porque o sistema atual está falido. Não é
determinando o tamanho de placas de propaganda que vamos regulamentar a
política; é preciso que haja mudanças drásticas”, disse.
O senador Aloysio ainda respondeu a diversas
perguntas do auditório, tendo como destaque a decisão do ministro Dias Tófoli,
do Supremo Tribunal Federal (STF) que livrou o ex-ministro Paulo Bernardo da
cadeia. Para Aloysio, a decisão de Tófoli foi calcada no aspecto de que
Bernardo não oferece perigo à sociedade, nem tem como destruir provas ou fugir
do país, portanto, não precisa ficar preso.
O senador Aloysio Nunes é presidente da Comissão de
Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado, que atualmente analisa as
novas regras para atuação de órgãos de inteligência. Recentemente, foi indicado
por Michel Temer para ser o líder do governo no Senado.
Para
o deputado Carlão Pignatari, foi muito proveitosa a vinda do senador Aloysio,
porque pode esclarecer, com muita propriedade, aspectos da situação política e
econômica do país. “É um assunto complexo, porém bem explicado, como fez o
senador Aloysio, deu para todo mundo entender bem”, avaliou Carlão.