Deputado participou de reunião com diretoria da Santa Casa em que o hospital apela para repasses de verbas
“O governo federal não tem compromisso com a saúde pública e não repassa os recursos necessários”. Assim se expressou o deputado estadual Carlão Pignatari (PSDB) em reunião da diretoria da Santa Casa de Votuporanga, na noite desta quinta-feira, dia 1°, realizada no auditório do Espaço Unifev/Saúde. A diretoria do hospital reuniu o corpo clínico e conselheiros para apresentar a situação financeira.
O provedor Luiz Fernando Góes Liévana disse que de 2009 até a presente data o governo federal repassou ao hospital apenas R$ 195 mil, fruto de emendas de dois parlamentares que integram um pool liderado pelo deputado João Dado (PDT).
Liévana e o administrador do hospital, Mário Homsi Bernardes, disseram que há R$ 4 milhões de emendas parlamentares “carimbadas”, mas, infelizmente, o governo federal não faz os repasses. A diretoria também reclamou que o governo do Estado prometeu uma ajuda de R$ 2 milhões, mas, que, até o momento, só repassou R$ 1 milhão.
O deputado Carlão disse que a obrigação de repasse de recursos para cobrir despesas do SUS é do governo federal. “Temos que agradecer e muito o governo do Estado pelo que tem feito por nossa cidade. O governo federal é que faz vistas grossas e não paga suas obrigações”, criticou.
Carlão acrescentou que a presidente Dilma Rousseff assumiu o compromisso de aprovar a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) 29, porém, “agora ela não quer mais, para não ter que pagar. A Saúde não rende votos, por isso existe há esse desinteresse. O que rende voto é bolsa alimentação; é pura política”, emendou o deputado.
Nesta semana, Carlão coordenou audiência da diretoria da Santa Casa com o secretário estadual da Saúde, Giovanni Guido Cerri, de quem foi cobrada a liberação de recursos. A Santa Casa tem um déficit de mais de R$ 8 milhões e está com dificuldades, inclusive, para efetuar o pagamento do 13° salário dos funcionários.
Na reunião desta quinta, o diretor financeiro do hospital, Luiz Antonio Gazoto, que fez uma explanação minuciosa dos números, disse que a saúde no Brasil é subfinanciada, não tem recursos. Na oportunidade, foi lançado o projeto “Repensando a Santa Casa”. “Estamos em rota de colisão”, disse Gazoto. O administrador Mário Bernardes conclamou o corpo clínico para que colabore com o hospital, agilizando os procedimentos, pois a ordem é cortar gastos desnecessários.
Carlão lembrou ainda que o hospital é de extrema importância para a cidade, pois traz pessoas que ajudam a movimentar a economia do município. Também disse que o SUS é um sistema excepcional de saúde, porém, “o governo tem que fazer a parte dele, reajustando os valores do SUS e aumentando o teto dos hospitais filantrópicos. Não é possível um deputado colocar emendas no orçamento e o governo não pagar”, criticou.
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