Hospital passa por delicado momento de crise financeira
e está ameaçado de paralisar atividades
O
deputado estadual Carlão Pignatari, líder da Bancada do PSDB na Assembleia
Legislativa, participou de audiência no DRS (Departamento Regional de Saúde) de
São José do Rio Preto, na manhã desta sexta-feira (dia 04/09), para debater
soluções para tirar a Santa Casa de Misericórdia de Santa Fé do Sul da crise
financeira por que passa. A Santa Casa está atendendo apenas casos de urgência
e emergência. Segundo os diretores do hospital, o momento é muito delicado e
hospital corre o risco de paralisar suas atividades.
Carlão
e a diretora do DRS, Cláudia Ferreira, solicitaram um levantamento de gestão
dos gastos e custos que o hospital tem, para que seja apresentado em audiência
na próxima terça-feira (dia 8) na Secretaria estadual da Saúde, em São Paulo,
com o secretário adjunto Wilson Modesto Pollara. Essa audiência foi agendada
pelo deputado Carlão Pignatari e por Julio Semeghini, assessor especial do
governo do Estado.
Participaram
da reunião desta sexta, em rio Preto, a técnica do DRS, Marta Fugita; o
prefeito de Santa Fé do Sul, Armando Rossafa; o provedor da Santa Casa, José
Biscassi, e o secretário municipal da Saúde, Carlos Rogério.
A
Santa Casa é gerida pela Prefeitura, que vem desenvolvendo um trabalho árduo
para manter o atendimento. “Não podemos ficar sem a nossa Santa Casa, pois a
população de várias cidades da região vem em busca de atendimento aqui”, disse
o prefeito Rossafa.
A
situação das santas casas é genérica e a maioria passa por difulculdades
financeiras, sendo que o principal problema é a falta de repasses de recursos
por parte do governo federal, que não honra com os compromissos de atendimento
pelo SUS (Sistema Único de Saúde).
Na tarde de quinta-feira (dia 03/09), o Diretor-Presidente
da FEHOSP - Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado de
São Paulo, Edson Rogatti, participou de audiência na CPI (Comissão Parlamentar
de Inquérito) da Assembleia, constituída com finalidade de 'investigar
denúncias sobre a situação econômico-financeira das Santas Casas no Estado. Na
oportunidade, Rogatti expôs a situação desses hospitais.
De acordo com ele, “nos casos em que os hospitais
não funcionam bem, tornam-se casas de doença e morte”. Rogatti apresentou alguns
indicadores, como: são feitos 240 milhões de atendimentos por ano; 42% são de internações
de alta complexidade; 60% das cirurgias do Brasil são feitas em São Paulo; R$ 21
bilhões é a dívida das Santas Casas no Estado. Afirmou ainda que metade das santas
casas fechou e a outra metade está com intervenção da Prefeitura.
Apresentou ainda informações sobre o prejuízo da
dívida resultante no final de 2015. Disse que, a dívida total das instituições
filantrópicas será superior a R$ 22 bilhões. "A causa é a defasagem da
Tabela do SUS que apresenta um déficit médio de 65% entre os custos e as
receitas com os procedimentos realizados. Somente em 2014, a diferença entre
despesas e remuneração nos procedimentos para o SUS foi de R$ 10 bilhões."
Rogatti informou que a cada R$ 100,00 gastos pelos
hospitais, o SUS remunera apenas R$ 60. Em 2014, o custo dos serviços prestados
ao SUS foi de R$ 24,7 bilhões, com um déficit total de R$ 9,8 bilhões. O
presidente da Fehosp disse que no final de 2015 o déficit será superior a R$ 22
bilhões.
“O governo federal precisa agir com rapidez e
repassar recursos para a saúde pública, caso contrário corremos um risco de um
colapso no setor”, disse o deputado Carlão Pignatari. Para o parlamentar, o
governo precisa cortar na própria carne e cumprir as promessas que fez durante
a campanha eleitoral, enxugar a máquina administrativa, com a redução de
ministérios e pastas supérfluas e cortar gastos. “A população não aguenta mais
tanta mentira”, concluiu o deputado.
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